sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Qual a Diferença?






















Muitas pessoas conseguem perceber que touradas, rodeios e animais em circo são exemplos do quão baixo o homem pode ir para satisfazer seus desejos fúteis. Essas pessoas reconhecem que também somos animais, e que não há grande diferença entre torturar um boi e torturar um ser humano. Infelizmente, algumas vezes a crítica pára por aí. A questão animal é muito maior do que apenas um caso isolado de maus-tratos, e ela é extremamente dependente de nossas escolhas.

Enquanto acreditam que toureiros e peões são pessoas horríveis, deixam de olhar para o seu próprio papel na escravidão animal. Há quem resgata cachorros e gatos de rua, mas consome produtos de empresas que testam seus produtos nos mesmos. Há quem deixa de comer carne, mas continua consumindo leite e ovos, tão ou mais cruéis que a carne. Há quem participa de passeatas contra o rodeio, mas ainda é onívoro(a) ou apenas ovolactovegetariano(a).

Será que realmente somos tão diferentes de quem criticamos?

Achamos um absurdo que uma pessoa maltrate seu animal de estimação, mas maltratamos animais da mesma forma quando optamos por refeições onívoras ou ovolactovegetarianas, usamos roupas de couro, financiamos empresas que praticam vivissecção, vamos assistir a um circo com animais ou participamos de um rodeio “apenas para ouvir a música”.

Tudo isso está interligado. Tudo isso é exploração animal.

Em nossa sociedade, animais não-humanos não são diferentes juridicamente de cadeiras, mesas ou lixo - são reduzidos a meros objetos, sujeitos a qualquer uso e forma de tratamento. Esta objetificação os leva às mais imagináveis forma de tortura. Não há produto de origem animal livre de crueldade. Mesmo que houvesse, não deveríamos usar animais para satisfazermos nossos interesses, não interessa se eles foram “bem-tratados” por seus senhores ou não. Isso tudo é resultado direto de nosso financiamento. Somos nós quem permitimos que isso aconteça. Ao pagarmos por essas atividades, estamos dando nossa aprovação e garantindo a continuidade da escravidão. Somos nós que escravizamos animais, e a sua alforria está em nossas mãos.

Qual a diferença entre participar de rodeios e comer carne?
Qual a diferença entre testes em animais e onivorismo?
Qual a diferença entre comer carne e consumir leite e ovos?
Qual a diferença entre escravizar animais humanos ou não-humanos?

Não há diferença ética entre escravizar, torturar, estuprar e matar um animal humano ou não-humano para nos alimentar, testar drogas ou nos divertirmos. Toda exploração animal é inaceitável e deve ser combatida. Por isso, antes de criticarmos qualquer uma dessas atividades, devemos nos conscientizar sobre o nosso próprio papel nesse sistema e tomar uma atitude a respeito disso. Não podemos falar contra a exploração animal enquanto ainda explorarmos animais. A abolição da escravidão animal começa a partir de nós e de nossas atitudes, e, para mudarmos este quadro, é fundamental a nossa união sob a bandeira do veganismo. Não veja isso como um ataque. Estamos do mesmo lado. Este é apenas um apelo para que tenha coerência. Nossa força está na soma de nossos esforços.

A escravidão animal é desnecessária. Não precisamos usar animais para viver, e o veganismo é a prova disso. Veganismo é a aplicação do princípio abolicionista ao nível individual, caracterizado pelo vegetarianismo estrito e pelo boicote a empresas que lucram com a exploração animal. Quando uma pessoa se torna vegana, ela passa a se recusar a participar de qualquer forma de escravidão animal. Pode parecer complicado a princípio, mas é apenas uma questão de costume e informação. Salvar vidas, com uma consciência limpa. Se realmente queremos que animais sejam respeitados, veganismo é nossa única opção. Tome a decisão.

Até onde você se dispõe a ir para lutar pelos animais?


Seja Vegano(a)!


Dano
Coletivo Madu - Libertação Animal
madu@googlegroups.com
madudf.blogspot.com